quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O preconceito está em nós - "A escola é um espaço privilegiado para aprender a resolver conflitos e conviver com a diferença."

Na sala de aula, assim como em qualquer outro ambiente, ocorrem situações de discriminação. É necessário reconhecê-las e discuti-las. A escola não é uma ilha, e entre alunos e professores estão presentes as mesmas relações de uma sociedade que estimula o individualismo e vê a solidariedade como se fosse um favor e a tolerância como covardia. A nós, educadores, usualmente defensivos, cabe uma posição mais consciente e deliberada contra essa cultura de agressividade, começando por identificar e combater atitudes que comprometem o convívio escolar e envenenam a vida social. 

O preconceito não é só coisa de grupos sectários, como skinheads, pois surge, às vezes, da tola pretensão de valorizar a si mesmo ao depreciar diferentes escolhas religiosas, estéticas, desportivas ou musicais. Ele pode se manifestar, às vezes, disfarçado de humor, como na humilhação - ou bullying - de um estudante por seu sotaque regional ou pela forma como se veste. Uma escola que admite posturas como essas, por não reconhecer seu potencial destrutivo, abre caminho para discriminações de etnia, idade, origem, gênero e classe. 


Muitas formas de intolerância resultam de visões e superstições presentes nas relações familiares e afetivas e de valores disseminados na sociedade. Em oposição a isso, a escola deve estimular crianças e jovens a identificá-las em piadas, notícias, torcidas esportivas, filmes de ação e novelas e discutir suas origens sociais e históricas. A atividade é adequada a diferentes disciplinas. 

 As práticas de segregação por condições de vida, preferências ou deficiências também podem ser identificadas e debatidas por meio da dramatização de reações possíveis de jovens e de educadores diante da imagem de um trabalhador urbano saindo imundo de um bueiro ou do sorriso bondoso de uma criança com síndrome de Down. Ao mostrar como os preconceitos são usualmente reforçados por constrangimentos ou revelados pela intolerância, em situações que demandariam compreensão e solidariedade, questionam-se atitudes de professores na sala de aula, por exemplo, ao tratar com alunos que têm diferentes ritmos de aprendizagem. 

É difícil não discriminar, pois, ao generalizar experiências pessoais, já prejulgamos. Mais complicado ainda é reconhecer como desfiguramos traços de caráter e sentimentos pessoais ao descrever quem estranhamos. Ao nos referirmos a jovens da escola privada como patricinhas e aos da escola pública como pivetes, por exemplo, estamos revelando nossa própria grosseria e insensibilidade pelo simples uso desses termos - e é bom ter consciência disso. 

Os julgamentos preconceituosos, no entanto, nem sempre são definitivos, assim como as afirmações científicas. O que parecia bem compreendido há alguns anos, como a constituição e a expansão do Universo, hoje apresenta vários pontos obscuros. Por isso, valorizar a variedade de culturas, o questionamento dos saberes e a necessidade do contraditório é o que devemos fazer sem propagar outro mito, o da neutralidade absoluta. A escola é um espaço de diversidade privilegiado para aprender a resolver conflitos e saborear a graça do convívio com a diferença. É assim que ela combate os preconceitos. 


Texto de Luis Carlos de Menezes, extraído da Revista "Nova Escola". 
Físico e educador da Universidade de São Paulo, vê os preconceitos como adversários da cultura em geral e da ciência em particular.

28 comentários:

  1. O texto é bem legal mas infelismente quase ningem sege esse exemplo

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    1. É verdade, se todos que praticam o bulling soubessem como o outro se sente diante dessa situação não fariam isso.
      Todos nós temos que respeitar as diferanças, afinal não existe niguém melhor do que outro!

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  2. Bom achei que o tema foi bem direto ao assunto preconceito mesmo,pois mostra que hpa vários tipos de discriminação,tanto ''zuar'' do sotaque de uma pessoa ou ao racial mesmo . Achei bem interessante porque mostra que bullying também é uma forma de preconceito,realmente o preconceito está em nós,e mesmo não falando pra ninguém já estamos pre julgando.

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  3. O texto levanta uma discussão interessante, pois preconceito e bulling são atitudes nada interessantesm mais que infelizmente estão presentes na nossa vida social, como por exemplo na escola.Na verdade, pessoas que praticam o bulling geralmente teve um processo de crescimento e aprendizzagem em que não aprenderam ou talvez até não mencionaram quanto é importante respeitar e conviver com as diferenças que temos.Mediante a situação da maioria das pessoas que praticam o bulling não terem sidos orientadas em seus respectivos processos de aprendizagem devemos dar importância a discussão e introdução ao assunto.

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  4. Esse texto mostra a importancia do preconceito hoje em dia e mostra que nossa sociedade pode combater esse tipo de preconceito não só para a gente ,mas para as gerações a que ainda irão chegar.

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  5. Achei o Projeto Senzala Brasil muito interessante, pois fala de um assunto que muitos sofre em nossa sociedade.Esses tipos de assuntos deveriam ser mais abordados nas escolas,mostrando que bullying também é uma forma de preconceito,pois julgamos as pessoas pela aparência dela.
    Por : Beatriz Da Conceição

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    1. Concordo com você Beatriz, acho que não devemos julgar as pessoas pela aparência e sim pelo o que ela tem por dentro...mas para isso devemos ter mais respeito uns com os outros né.! Bullying é muito sério, e está sempre presente entre nós, isto tem que acabar de uma vez por todas.!

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  6. O Projeto Senzala nos mostra que devemos valorizar e reconhecer como desfiguramos traço de caráter e sentimentos ao descrever à quem estranhamos.

    Por: Leonara Martins

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    1. O texto é interessante pois afirma que o preconceito está cada vez mais atual na sociedade. As escolas deviam abordar mais o assunto entre os alunos sobre o preconceito, que é um ato errado que existe entre os seres humanos. Aprender que devemos respeitar uns aos outros sem ter diferenças tanto social como racial, sabemos que não somos iguais temos nossas diferenças, mas somos iguais de coração e é isso que nos torna irmãos de todos.

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    2. Achei o texto muito interessante, pois aborda um caso que ainda é muito predominante nas escolas. Para amenizar esta situação, as escolas deveriam realizar palestras, atividades...para explicar melhor para os alunos de que se trata os variados tipos de preconceitos,a partir do momento que conhecemos e temos consciência do que são eles, passamos a refletir e respeitar cada pessoa independente do seu jeito de ser, agir ou pensar e então, não praticamos este ato.

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    3. Desdes de pequenos nós temos uma obrigação é ir a escola. Um lugar onde a sociedade agredita que é onde vamos aprender a viver neste mundo, onde vamos conhecer pessoas de diferentes culturas,linguas,cor ,classe social e pessoas especias.
      Mas neste mundo escolar acaba tendo um preconceito,as pessoas não conseguem viver com as diferenças.

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    4. O Projeto Senzala está aí pra abrir os nossos olhos. Na escola existem variedades de culturas e estilos diferentes, então aqui, mesmo que inconscientemente nós acabamos aprendendo um pouco de cada um. E mesmo sabendo que o preconceito não leva ninguém a nada e que nós somos iguais, porém com culturas diferentes nós acabamos comentendo esse erro. Na hora da "zuação" pode até parecer legal e tudo mais, porém não percebemos o quanto isso pode prejudicar uma pessoa. Acho que devemos nos colocar no lugar dessas pessoas que sofrem bullying e pensar o que sentiríamos e como agiríamos numa situação dessas.

      Por: Natália Lemos

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    5. Me recordo de um texto em que minha professora de Língua Portuguesa trabalhou em sala de aula acho que ele traria a introdução do meu pensamento.
      "(...) a escola não é uma ilha isolada (...)", realmente, em tudo vivemos estamos sociedade, de povos com culturas variadas, com manias e jeitos diferentes e na escola não se torna diferente mas é nela que deveríamos buscar resolver nossos conflitos e até mesmo aprender sobre cada cultura, para não realizar um pré- conceito da mesma.
      Todos somos iguais em direitos e valores , mas, somos diferentes em fisionomia, pensamento e várias outras coisas, não nos tornando melhor que ninguém.
      Eu, Juciely, tenho abominação a quem pratica esses atos , você julgar alguém sem conhecer só por achar que é diferente e achar que você é melhor do que eles, nada haver, se liga, leia mais, conheça mais.
      Eu indico a vocês que praticam qualquer ato de preconceito ou bullying para que conheça melhor essas pessoas, você pode ter uma surpresa.

      Por: Juciely Santos

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    6. Curti seu comentário Juciely. Concordo que ainda exista muito preconceito no mundo, por mais que seja difícil de ser dominado ele tem por finalidade ser um assunto amplo e polêmico que, por fim, se cada um de nós fizermos a nossa parte, colaborando em sociedade, respeitando os outros em seu modo de ser, agir e pensar.
      O Projeto Senzal Brasil está ai para que possamos obter uma nova ideia sobre o assunto abordado, para que possa haver diálogos entre os alunos e os professores e toda a escola,desenvolvendo assim um novo pensamento sobre o Preconceito .
      E seria bem melhor se não havesse Preconceito em nossa sociedade .

      Karina Moura

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    7. Hoje em dia com o aumento da população e a diversidade cultural,econômica,social,religiosa,política e regional , as pessoas tornam-se diferentes das outras com ideias , pensamentos , gestos e atitudes que diferencia cada ser humano. Cabe a nós compreender que cada um tem a sua individualidade , personalidade e opinião e devemos como cidadãos respeitar a opção de cada indivíduo.
      O bullying ainda é um " monstro" que atormenta a vida escolar , mas que pela concientização que há , nas escolas e até mesmo em casa através da televisão e redes sociais , está sendo destruido parcialmente de forma rápida e eficiente.
      Mas o que observo é que o bullying não ocorre apenas entre alunos , mas também contra o professor! Conheço professores que são praticamente taxados de apilidos que não são de acordo com a profissão que exercem.
      O termo bullying é recente , mas a discriminação é antiga!E com a concientização é possível diminuí-la!

      "Afinal , ser diferente é normal!"

      Por: Juliana Alves & Lorrany Schifter =)

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  7. Parabéns, alunos. Precisamos pensar e exercitar! Como professora, acredito que a escola pode colaborar muito com isso!

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  8. O bullying é um preconceito muito serio,devemos respeitar as pessoas elas sendo negras,gordas e etc..
    Na nossa sociedade o que mais vimos é o bullying acontecendo não so na escola mais sim nas ruas ou ate mesmo em nossas casa por isso toda pessoa nao de ver considerado pela aparência mais sim pelo o que ela e, por isso nunca seje preconceituoso.................

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  9. Achei o texto muito interessante, pois aborda um caso que ainda é muito predominante nas escolas. Mostra também a importancia do preconceito hoje em dia,principalmente nas escolas mais se passarmos a refletir e respeitar cada pessoa independente do seu jeito de ser, agir ou pensar teremos uma visão melhor para a sociedade.

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  10. Infelizmente nos dias de hoje , quando já estamos cansados de saber que todos somos iguais mas somos tão diferentes ,temos opiniões diferentes , atitudes diferentes , ações e gostos diferentes ainda existem pessoas que agem assim ! Essa f0orma de descriminar as pessoas tem que acabar nas escolas e na nossa vida do cotidiano ! "Ser diferente é normal " Se alguém e completamente diferente de nós envez de descrimina-lo porque não conhece-lo e trocar conhecimentos ? Fica a dica ...
    by: Carlos Augusto Tórnio

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  11. Eu achei o texto muito interesante por falar de caisas como o bullying que esta no dia a dia as pessoas mesmo sabendo que somos diferentes em todos os sentidos masis somos iguais por ser seres humanos, temos pessoas que nao entendem isso e discrimina por ser negro, branco, catolico, evangelico, com deficiencia mesno com varios problemas nos somos iguais em uma coisa somos seres humanos e devemos nos respeitar e respeitar ao proximo

    Lucas O. Borges

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  12. Se todos que frequentam a escola utiliza-se ela para conhecer e respeitar o jeito,a cultura,o estilo.. de cada pessoa,com certeza,não existiria bulling nas escolas,porque ela "não é uma ilha ", a escola nos proporciona conhecimentos diversos, nos da uma vizão ampla do mundo.
    Parabéns pelo blog pois mesmo com um tema tão discutido ainda existe pessoas de "mente fechada" que não aceita as diferenças"!

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  13. O preconceito esta a cada dia mais incluso na sociedade.
    E é importante que se fala sobre isso

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  14. O preconceito é um ato muito complicado de se resolver,pois hoje em dia se você chama uma pessoa de preto você é processado, mesmo que tenha sido por maldade.
    Então vou dar um conselho a quem gosta de botar apelidos e fazer brincadeiras de mal gosto, como chamar o outro de macaco e outra coisa,
    Você que gosta de ser maldoso , tome cuidado com o que você brinca e o que você fala pois de uma hora para você pode estar respondendo num processo de bullyng.

    MARCOS JUNIOR

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  15. Eu achei muito interesante porque aborda um pouco do preconseito e é sempre bom falar do preconceito, naum samos diferente todos samos iguais temos sim religuião diferentes mas samos iguais.

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  16. É muito interesante em saber, que as pessoas estão se preucupando cada vez mas sobre o assunto. É difícil para algumas pessoas aceitarem isso, sempre há alguma dificuldade, e é importante que as pessoas estão cada vez mas estão ciente.
    Não importa o tipo de preconceito, seja lá qual for, temos que acabar com isso!

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  17. Na escola não há lugar para preconceito, e o projeto Senzala vem para nos mostrar isso, que todos nós somos iguais independente de raça , cor ou nacionalidade.

    (Nicoly Lima)

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  18. Discriminar alguém por sua cor, raça ou religião não é um ato humano! As pessoas só deviam aceitar as diferença das outras, isso mudaria muito o mundo. Estamos olhando só para os outros, nós também temos diferenças que outras pessoas poderiam não aceitar, mas aceitam.
    Vamos pensar mais em nossos atos e pensamentos que discriminam, vamos nos colocar no lugar dos discriminados, todos tem diferenças.
    Hoje você discrimina, amanhã é discriminado!

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  19. Na parte II irei postar um parágrafo do texto exemplificando melhor o meu comentário anterior .

    Parte II
    Continuando...

    (...) “E a escola será cada vez melhor

    na medida em que cada um

    se comporte como colega, amigo, irmão.

    Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.

    Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir

    que não tem amizade a ninguém. (...)”
    (texto “A escola” , Paulo Freire)

    “(...) a escola será cada vez melhor(...) com amor de colega, de amigo e de irmão, sem preconceitos , sem bullying, sem desrespeito . A sociedade e principalmente a escola não é uma ilha sem pessoas, isolada, deveríamos ter mais amor e respeito uns com outros.

    Por : Juciely Santos

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